FLAGRANTE DE AMOR
Quantas vezes fui pecador reincidente
ao me flagrar à sós na beira do oceano
exilado no hospício do amor penitente
da paixão delinquente sem fito profano.
Frequentemente a vida me julgou insano
se eu tentava vencer a morte subjacente
no condoente funeral de um desengano
que se cria nascer do amor sobrevivente.
A sós eu cria ser minh’alma esse deserto
na linha do horizonte cruelmente incerto
para espalhar aos ventos os delitos meus
e eu nem mesmo podia cogitar que assim
o exílio voluntário desse amante em mim
era uma forma de falar a sós com Deus!...
Afonso Estebanez
(Carinhosamente dedicado à amiga
Lenice Ebert Maziero, por mérito).
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