domingo, 18 de dezembro de 2016

FLAUTA DOCE



Teu amor me vem e toca
como flauta o entardecer
de alguma aurora remota
que ainda sonha renascer.

E me sonhas como flauta
que reinventa o alvorecer
tocando o sonho de volta 
na canção do amanhecer.

Tu me fazes a alma doce
como se minh’alma fosse 
um prenúncio de desejo...

E minh’alma enamorada
vai no lume da alvorada
ao encontro de teu beijo...

Afonso Estebanez
AMANHÃ DE MANHÃ...


Eu te darei meu infinito
em que deixes no meu grito
uma cantiga tão pura
que pareça mais ternura
do que o teu amor aflito...

E eu te desejo corpo aberto
como o céu sobre o deserto
de meu sonho mais contrito...

Como se fosse uma agonia
ou uma simples sinfonia
de teu amor dormindo
em mim...
 
Como uma rosa enlunada
da minha parte plantada
na beira do teu
jardim... 

Afonso Estebanez