domingo, 14 de fevereiro de 2010

O POETA E A LOUCURA QUÂNTICA

Há muito sofrimento neste mundo.
O poeta escala o fundo da alvorada
e dela vai a um despertar profundo
de outra vida que é sua dor calada.

O poeta vai aos campos de batalha
armado com o instinto de uma flor,
e na frente de luta o poeta espalha
seus cânticos de guerra com amor.

O poeta vai aos campos de centeio
e tira o joio enquanto colhe o trigo
que doa como pão partido ao meio
para a missa de paz com o inimigo.

Todo poeta é um louco concebível,
é um mago e sua quântica loucura
em que o eterno pode ser possível
na dimensão possível da ternura...

Afonso Estebanez