sexta-feira, 31 de outubro de 2008

AMIGOS PARA SEMPRE...


AMIGOS PARA SEMPRE...

Pai, vem aqui e vê se estou dormindo.
E observa também se estou sonhando
pois teu beijo de quando estás saindo
me faz sonhar que tu estás chegando.

Pai! estou certo de que estás partindo
como quem na verdade está voltando
como as manhãs dos dias de domingo
vivendo de estar sempre regressando.

Revejo aquela foto em preto e branco
meu colo era na ponte de teus braços
os laços do amor pródigo que eu quis.

Amigos para sempre, pai! no encanto
de ainda hoje sentir dos teus abraços
traços do amor que ainda me faz feliz..


A. Estebanez

AMANTES DA ALDEIA


AMANTES DA ALDEIA

Eles tinham cabelos brancos
do amor que dói e não passa
e a lembrança dos encontros
por entre os jardins da praça...

Fecundavam-se entre beijos
e entre abraços numa dança
encobrindo entre os desejos
velhos segredos da infância...

Eram como almas agrestes
das aves férteis de outonos...
E se amavam nos ciprestes
dos silvestres cinamomos...

Ah!... os amantes da aldeia
são de quando o amor doía...
E quando morria um deles,
ah, o outro também morria...

A. Estebanez

ALMA DE MENESTREL


ALMA DE MENESTREL

Não deve morrer um dia
sem que a noite seja tua
nem meu sono sonharia
sem uma canção da lua...

Nem deve correr um rio
tão distante de seu leito
passa a noite vem o frio
eu distante de teu peito...

E nem te seja saudade
a saudade que me vem
por amor não há idade
pela idade que ele tem...

E vais tu levando a lua
pelas ruas do meu céu
com a alma quase nua
por teu doce menestrel...

A. Estebanez