quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

SEXTA ROSA DO ORIENTE


SEXTA ROSA DO ORIENTE

Qualquer presença tua em mim é onde
o tempo esconde essa saudade infinda
do teu jardim onde o canteiro esconde
 tudo o que em nós vai renascer ainda.

Qualquer raiar de aurora corresponde
à luz do tempo que a alvorada brinda
qual a rosa oriental que me responde
 à luz eterna em que tu vens tão linda.

Ô! vale a pena o ressonhar das rosas
com os sonhos das flores prazerosas
onde o vale de lágrimas me esquece,

 onde essa rosa que persiste em mim
resiste às velhas sombras do jardim
 e nesse sonho insiste e permanece.

Afonso Estebanez Stael


QUINTA ROSA DO ORIENTE


QUINTA ROSA DO ORIENTE

Uma rosa!... Ah, ninguém sabe fazer...
Até Deus na invenção da quintessência
implantou-me o saber sem consciência
de que as flores dependem de nascer...

Nem mesmo a luz do mar no alvorecer
prediz como uma rosa é esta iminência
de um renascer em mim sem paciência
como se em mim não fosse mais viver.

Não! O mar pode ter os seus caminhos
mas entre rosas cruzam-se de espinhos
pois que nem só de flor me leva a vida.

Uma rosa!... Ah, ninguém sabe fazer...
Nem mesmo Deus pela razão de eu ser
uma espécie de adeus sem despedida...

Afonso Estebanez


QUARTA ROSA DO ORIENTE



QUARTA ROSA DO ORIENTE

Tenho saudade da saudade dela
murmurando na brisa do jardim
que revejo do encanto da janela
aberta pelo céu dentro de mim.

A minha rosa é como a cidadela
da memória na torre de marfim
desse desterro de viver sem ela
num pálido crepúsculo sem fim.

Ela me traz de volta a sensação
de algum tempo futuro já vivido
no passado que não aconteceu.

Assim pressinto que no coração
essa doce ilusão me faz sentido
como sonho que se reconheceu.

Afonso Estebanez