sexta-feira, 8 de setembro de 2017

SONETO DA GRATIDÃO


Apesar de minh’alma naufragada
nesse cálice amargo de orfandade
compraza a Deus a via iluminada 
que te guia da sombra à claridade...

Malgrado a desventura consolada
por velados suspiros de saudade,
apraz aos céus saber-te retornada
para ensinar o amor na eternidade...

E entre flores e lágrimas e afetos
está o adeus dos filhos prediletos
que o acaso da vida pôs dispersos...

E me coube, a despeito desse pranto,
a glória de render-te com meu canto
a gratidão que trago nestes versos...

Afonso Estebanez