sábado, 31 de julho de 2010

VERSOS LEVIANOS

Sou o teu rio de mágoas
De lua cheia me inundo
E morro nas águas rasas
De um oceano profundo.

Colho flores numerosas
Da pedra da minha vida
E sei das tolas mimosas
De alguma rosa suicida.

No escombro da poesia
Há ninhos e andorinhas
E o chão da erva esguia
Por onde nua caminhas.

No jardim de sepulturas
Há as juras que nem fiz
Dos afetos e as ternuras
Que me deixaram feliz.

Afonso Estebanez

A ROSA E O TEMPO

Esta é a mão da minha alma,
mão que planta e colhe flor!
É minh’alma é minha palma
é concha em forma de amor.

Esta é a rosa que traz calma
malgrado o espinho da dor!
É flor que atine sem trauma
para a cruz de um desamor.

Esta é a flor do pensamento
onde o amor chega discreto
como um raio de esperança.

Rosa é um jardim do tempo
em que o meu amor secreto
jaz-me eterno na lembrança.

Afonso Estebanez