segunda-feira, 27 de março de 2017

A MAGIA DA EXPRESSÃO LITERÁRIA
OFICINA – MODULAÇÃO INTERATIVA - 13
*FASCINAÇÃO PELA DESCOBERTA DA POESIA*


Ouvi de uma ilustre amiga virtual: “Aprendi a gostar de poemas no dia em que percebi que era possível fazer poesia na prosa e que a poesia vai além daqueles versinhos que eu nunca gostei de fazer, quando as professoras da escola pediam. Poesia pra mim também é um jeito de ver a vida, uma maneira diferente e reveladora de entender (ou não) o mundo. Tem um livro do qual eu gosto muito que adverte: “Quando nem Freud explica, tente a poesia”, em que Ulisses Tavares seleciona poemas que passam por temas estudados pela psicanálise. É fascinante ver que, às vezes, mesmo antes da criação da psicanálise, os poetas conseguiam expressar em versos conceitos tão difíceis de entender racionalmente ou logicamente”. Uma poetisa, de quem prefaciei o primeiro livro de poemas, indagou-me sobre a arte de escrever sem medo: "NÃO SERIA EXATAMENTE ESTA A ESSÊNCIA DA ARTE DE ESCREVER (SEM MEDO), SEJA A COMUNICAÇÃO ENTRE NOSSO INCONSCIENTE (A CAVERNA) E AS EMOÇÕES NELE CONTIDAS E A VIDA CONSCIENTE E, POR CONSEGUINTE, O ATO DE ESCREVER EM SI? COMUNICAÇÃO ESTA QUE SE DÁ POR “BRECHAS" POR ONDE ESCAPAM NOSSAS SENSAÇÕES E ENCONTRAM A LUZ ONDE SE MANIFESTAM AS PALAVRAS ESCRITAS? A NECESSÁRIA INTER-RELAÇÃO ENTRE O MUNDO “ESCURO" DE NOSSAS PROJEÇÕES INCONSCIENTES E O MUNDO DA LUZ POR ONDE ESCAPAM EMOÇÕES, REPRESENTAÇÕES E IDEIAS?”... Isto mesmo! – uma atitude do potencial das forças interiores (inconscientes, psíquicas ou espirituais) que se materializa ‘conscientemente’ em espécie poética (propósito estético). Fazer poema não é um ofício de prerrogativa acadêmica. É uma ATITUDE DA INDIVIDUALIDADE HUMANA. É consequência da descoberta de si mesmo. Não é para ser discutido nem criticado, desde que a crítica é ‘julgamento de valores’, nem sempre objetivo. Os valores da renascença dos séculos XIV a XVI somente foram julgados e reconhecidos a partir da segunda metade do século XIX: Ernest Hemingway, Gertrude Stein, William Faulkner. S. Eliot, Virginia Woolf, James Joyce, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Cesar Vallejo, Pablo Neruda, Franz Kafka, Marcel Proust ou Vladimir Maiakovski. Atitude!

Afonso Estebanez