segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

NÃO ACORDEM MINHA MORTE


Não acordem minha morte
que descansa adormecida.
E que à alma não importe
se a morte é sono da vida.

Minha carne não acordem
e nem do sangue exaurido
o fluído que em desordem
deixa-me o corpo esvaído.

Deem pó para minh’alma
que de mais nada precisa
senão do canto da calma
que de amor não agoniza.

Não acordem minha vida
que está só desacordada 
e que a alma amortecida 
só me acorde despertada.

E da morte não desperte
a minh’alma adormecida
e da vida ainda me reste
o outro lado desta vida...

Afonso Estebanez