sábado, 3 de junho de 2017

ALMA DE PLEBEU

Já cheguei bêbado de muita festa
numa dança de luas embriagadas
com a alma cegada em manifesta
sensação de venturas canceladas.

Meu espírito às vezes se contesta
por eu sentar às mesas ocupadas
pela realeza azul de alma funesta
de onde já levei muitas porradas.

Rasputin, cá estou trás da cortina
alma sóbria ao bafejo da propina
extinta no crepúsculo dos nobres.

Nobres! esses agentes funerários
que eternizam jazigos milionários
exumando cadáveres dos pobres.

Afonso Estebanez