domingo, 10 de janeiro de 2010

LEMBRANÇAS DE PAQUETÁ

Paquetá! – aqui estou de face revelada
ao fado de rever-te se ora me destinas
tua história de amor e glória recontada
no diário natural de tuas obras-primas.

Tenho saudade da saudade antecipada
que já sentia da canção das casuarinas
ao desmaiar no alvor da lua repousada
a luz do dia à flor das águas cristalinas.

Paquetá! – infinita luz entre dez milhas
de auroras e crepúsculos tintos de mel
de flor de flamboyant e banhos de luar.

Esmeralda pendente do colar das ilhas,
parte de um paraíso que restou do céu
d’algum éden celeste que caiu no mar.

Afonso Estebanez

Despedida...

Perdi meus rastros...
foram cobertos pelas areias do seu espaço.
Nas áridas paisagens do seu desapego
sofri a inanição dos meus desejos
e a perdição de seus abraços.

Era para ser imenso...
o amor que via em seus afagos.
Porém, nas dunas de seus beijos,
colhi o veneno do desprezo
sendo presa de seus laços.

Se pede amor por inteiro...
devia entregar-se por completo.
Do mar alto da desilusão,
com tristeza me despeço
o coração já aos pedaços.

Entre nós e o horizonte...
fica o silêncio do amor dos pássaros.
Que perdure tão curta a eternidade,
seja eterno o instante desse amor
restado de tão breves traços...


Juleni Andrade & Afonso Estebanez