segunda-feira, 14 de novembro de 2016

SONETO DA CIRCUNSTÂNCIA

Algo que escutas entre o mar e o vento
algo que perdes entre a onda e a areia
um vago instante de algum pensamento
à luz que há entre a chama e a candeia.

Algo entre o aroma, a brisa e o relento 
fios que urdidos entre a aranha e a teia
vibram em mim de um átimo do tempo
a chama desse amor que me incendeia.

Em minh’alma inda incólume à deriva
nem sei o que fazer do que ainda resta
de meus barcos de bruma sobre o mar...

Faças de mim a tua circunstância viva 
e desses restos me celebras uma festa
e o que ainda resta é para eu te sonhar...

Afonso Estebanez
(Dedicado à amiga Elaine Bastos Matos) 

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