domingo, 1 de junho de 2014

COMO ENTRE GIRASSÓIS

COMO ENTRE GIRASSÓIS

Devo morrer de lágrima de encanto 
não quando toda dor tenha cessado
mas enquanto for pena todo pranto 
e o meu amor um canto inacabado.

A vida às vezes cruza o desencanto
com um sonho por vezes sepultado
mas deste luto é que se faz o canto
depois de tudo pronto e terminado.

Ninguém pode olvidar os pesadelos 
razões dos fios brancos dos cabelos 
ocultos entre as dobras dos lençóis. 

Eis neles vão os sonhos docemente
morrendo como morre o sol poente
no horizonte do olhar dos girassóis.

Afonso Estebanez

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