sábado, 29 de novembro de 2008

BURACO NEGRO


BURACO NEGRO

Ser meu amor e amante
ser volúpias de meu ser
ser o lado mais distante
de meus lados de viver.

Ser o morto ainda vivo
e estar vivo sem querer
o querer morrer cativo
sem ser preciso morrer.

Ser operários sem lida
os contrários do galope
no vão do meio da vida
ou na beirada da morte.

Buraco negro do amor
sem nenhum alvorecer
como a flor a flor a flor
de Hiroshima renascer.

Ser esse fundo do poço
um chão seco de jardim
até que o meu alvoroço
não suporte nem a mim...

A. Estebanez (Falado em 21/03/2008 no Calçadão de Ipanema
em encontro de escritores do grupo Alma de Poeta
do Rio de Janeiro)

2 comentários:

Conceição Bentes disse...

Querido Afonso

Um dia quero estar presente quando voce declamar assim, diante do mar, no calçadão da vida
Beijos meu poeta

Ceição

Serena Flor disse...

Lindo poema meu querido!
Adoro vir aqui e ficar lendo e relendo todos!
Uma grande semana pra você! Bjs.