O RESTO É TUDO
Só posso calcular quanto eu perdi
se o futuro disser quanto me resta
com saudade dos anos que eu vivi
esperando morrer na minha festa.
Não sei de quanta ausência padeci
nem de supor o quanto me detesta
o andamento aplicado que esqueci
no bailado da valsa sem orquestra.
Vejo às vezes que todos esses anos
passaram de viver dos desenganos
e dessa dor que foi o meu verdugo.
Mas eu creio que a vida malograda
fez do tempo perdido não ser nada
se o que me resta para mim é tudo!
Afonso Estebanez
(Poema dedicado ao coração de
Maria da Guia – Mary Lovely
onde guardo segredos da razão)
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