SORTILÉGIO
DO POEMA
Aprendi com palavras a esculpir poemas
ainda que sensíveis ao primeiro instante
mas todas se jubilam cósmicas e plenas
e cada uma se proclama minha amante.
Aprendi a sonhar com palavras amenas
a dançar com palavras de povo distante
e aprendi a viver com palavras e tremas
as palavras inúteis da língua implicante.
E palavras são bússolas para-sensíveis
ao reconhecimento dos versos incríveis
os entes da magia de toda experiência.
Portanto, eu aprendi a contornar os rios
e a desassombrar o mar com os navios
e viver de sonhar à luz da consciência.
Afonso Estebanez
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