domingo, 20 de novembro de 2016

RAPSÓDIA DE AMOR CIGANO
(Segundo fragmento)



Querida! eu devo anunciar desatinadamente
a essas vítimas da última tragédia da paixão
– órfãos de afeto e decaídos da esperança – 

que o dia por auroras e crepúsculos transita...
Que inerte padecer-me ao sonho derradeiro
seria o derradeiro entardecer de minha vida...

Ah, perdidamente o devo anunciar, querida!
que ainda há esse remoto amor desesperado
resolvido no doce padecer de reencontrar-te

como a flauta encontrada na canção perdida...
Então eu canto e desespero porque a espera
vem do compadecido amor que me convida!

Afonso Estebanez 

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