domingo, 13 de novembro de 2016

BARCAROLA

Era um reflexo de prata
de dançarina a bailar
na superfície das águas
das águas frias do mar...

Era uma nau desenhada
pelas mãos da preamar
na superfície das águas
das águas frias do mar...

Quanto mais a treva fria
encobria a luz do mar,
era luz feita das águas
impossível de apagar...

E nem a nave de guerra
que foi deixado passar
apagou a luz das águas
refletida sobre o mar...

Era luz, não se apagava
com as ressacas do mar,
já que era luz refletida
não deixava de brilhar...

Eram milhares de flores
de luz nas ondas do mar 
no jardim frio das águas
embriagadas de dançar...

Era a luz de minha vida
que a noite quis apagar...
Deixei meu sonho então
espalhado sobre o mar...

Afonso Estebanez

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