sexta-feira, 13 de novembro de 2009

ALLEGRO MA NON TROPPO

ALLEGRO MA NON TROPPO

Fica a paz de um canto triste
dos riachos que vão embora,
vem a tarde e o canto insiste
nos meus ouvidos de aurora.

Resta uma chama encostada
numa sombra sem memória,
fica a noite e um quase nada
do que fora a minha história.

Não sou mais aquela infância
debruçada em teus terraços...
Vais!... E deixas a Esperança
desmaiada nos meus braços.

O homem nasce e vira glória
quando é pedra e vira a flor:
Deus então mais comemora
quando é barro e vira amor.

Afonso Estebanez

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