sábado, 20 de dezembro de 2008

FATALISMO


FATALISMO

Um dia podereis colher as rosas de vossos próprios jardins...
Um dia alguém acenará do outro lado da rua e vos dirá “Bom dia!”...
Um dia o expresso vai parar fora do ponto para embarcar um ancião...
Um dia podereis cruzar as avenidas sem temer balas perdidas...

Uma criança poderá sorrir compadecida de qualquer desconhecido...
As cadelas no cio poderão cruzar livremente pelos becos da cidade...
Os negros poderão exibir alegremente a moléstia racial dos brancos...
A liberdade poderá ser proclamada em paz na praça de Bucareste....

Mas vós estareis mortos de vergonha
no dia em que puderdes ostentar publicamente o gesto mais discreto
de como colher miniaturas de lua cheia nos ramos das videiras...
No dia em que esse chão, que é de pedras, for de estrelas...
No dia em que os canhões se transformarem em bicicletas de Pequim...
No dia em que a vergonha nacional
derrubar os seus muros de Berlim...

Ou já estareis mortos...
Definitivamente mortos...

Como morrem os pássaros...
Como morrem os poetas...
Como secam os jardins...
E se calam os profetas...

Como se exaure a esperança...
Como morrem as crianças
com suas almas desertas...

Afonso Estebanez

3 comentários:

Serena Flor disse...

Invente seu Natal!
Faça algo diferente!
Faça o melhor que puder com aquilo que tiver!
Enfeite-se, alegre-se.
Se não tem dinheiro, encha seu coração de amor! Seja a própria árvore com bolinhas coloridas e muito riso!
O calor que emana do seu abraço dinheiro nenhum no mundo
poderia comprar.
Dê um abraço, um sorriso, um te gosto, um te amo. Seja você o presente!
Um Natal de muita paz e luz pra você meu amigo e como sempre seus poemas são lindos! Bjs.

Serena Flor disse...

Como sempre este poema é perfeito...lindo demais poeta. Parabéns!

"O Ano Novo ainda não tem pecado:
É tão criança...
Vamos embalá-lo...
Vamos todos cantar juntos em seu berço de mãos dadas,
A canção da eterna esperança."

Mário Quintana

Um grande beijo, um lindo dia, uma ótima semana e
um maravilhoso 2009 pra você!
Com o carinho de sempre...Serena.

Quincas de Azevedo disse...

Gostei muito das suas poesias, apesar de não concordar com todas...
Acredito que os poetas nunca morrem, o corpo se vai, mas sua alma fica para sempre em torno das suas escrituras....
O poeta é imortal...
Mas adorei....
Abraço.