quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CANÇÃO QUE VEM DE LONGE


CANÇÃO QUE VEM DE LONGE

Abro o álbum de retratos
sem querer todas as vezes
vivo de novo os retalhos
da vida que já vivi:
a criança
o brinquedo
a escola
a rua
a casa
onde nasci...

É o álbum que está velho.
Não fui eu que envelheci.

A cidade minha terra
minha terra infância minha
já alguém cantou por ti?
É o álbum que está velho,
não fui eu que envelheci...
Palmeiras
furando o espaço
muros velhos
guardando vozes
nas velhas casas...
De noite a lua
passeia na rua
rua de prata...
Pela cidade
vão violões
cantagalando
serenatas...

Parece que tudo morreu?
É o álbum que está velho.
Nada disto envelheceu...

Afonso Estebanez

Um comentário:

Elianete Vieira disse...

Sabe, "tio" Afonso, esses serão os versos que jamais esquecerei.
Beijos