quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

CAMINHO DE CHÃO


CAMINHO DE CHÃO

Minha vida foi de pedra
meu caminho foi de chão
batido no leito seco
dos rios sem direção...

Não tive nenhum destino
nem o quis saber em vão
senão o rumo das pedras
do meu caminho de chão.

Fui timoneiro de nuvens
naveguei a solidão
nas pedras da calmaria
do meu caminho de chão...

Minha vida foi de pedra
meu caminho foi de chão
como sombra fugidia
da esperança sem razão.

Fui profeta de meus sonhos
sem nenhuma explicação
como uma esfinge de pedra
no meu caminho de chão.

Uma flor qualquer no vale
um som qualquer de canção
são restos de minha vida
no meu caminho de chão...

Afonso Estebanez

Um comentário:

Tchello d'Barros disse...

Afonso,

fico impressionado com a clareza e perícia de sua escrita. E além de tudo, sabe dar o tempero apropriado pelas temáticas que escolhe. Parabéns!