segunda-feira, 27 de outubro de 2008

DA POESIA


DA POESIA

Poesia não é palavra
ou o ouro ou a lavra.
Poesia é de ninguém.
Não é o elo perdido,
e o seu único sentido
é aquele que não tem.

Poesia enquanto fala
é então que ela se cala
se não é verbo de ação.
O som é só o fonema
que resvala no poema
sua força da expressão.

Poesia não é o ponto
ou o furo do pesponto
não é forno nem é pão.
Ou o ovo ou a galinha
ou a agulha ou a linha
ou o fogo ou o carvão.

Poesia é um absurdo
é o nada sendo tudo
o obscuro da sintaxe.
É o ser e é o não ser!
Impossível de nascer,
é daí que ela renasce...

A. Estebanez

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