sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AMOR SAPIENS
(Cena V)



... E no entanto, sei tudo de ti
como sei de teus segredos obscuros
revelados através da escura sombra
de teus amotinados pesadelos...
Com quem andas, com quem te perdes
com quem te encontras 
para te desencontrar...

Sei tudo de ti...
Como a luz do sol o sabe de sua flor
oculta em cada canto do jardim...

O meu amor contudo
é como o gamo assustado
que sempre procura o abrigo
nos bosques de teu ventre...
Ô, alcova que me aquece!

Vencido o imenso vale da noite,
emigrará nos claros raios da aurora
deixando a relva quente e macia
como lembrança de um sonho
que o tempo adormece...

Afonso Estebanez 

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