A MAGIA DA EXPRESSÃO LITERÁRIA
OFICINA – MODULAÇÃO INTERATIVA - 14
*A POESIA NO SANGUE DO UNIVERSO*
O texto que ora privilegio – “A POESIA NO SANGUE DO UNIVERSO”
- é afirmação de uma percepção incomum da poesia nos tempos atuais, merecendo
ser lido, refletido, compartilhado e divulgado no âmbito das iniciativas para
credenciamento da arte da poesia. Aproveito para levar o belo e oportuno texto
de Sheilla Corrêa, por manifestação do grupo “Sulla Fernandes Poesia” para o
blogger da Magia da Expressão Literária - oficina - ao qual espero se incorpore,
bem como se integre à nossa página de natureza cultural. Fico agradecido ao grupo
“Sulla Fernandes Poesia” pelo envio desta pérola!
“A POESIA NO SANGUE
DO UNIVERSO” POR SHEILA CORRÊA - “A Poesia é um vírus de sentimento, de
percepção aguda, de energia premonitiva, que circula na veia do universo. E se
infiltra às vezes como soda cáustica, carcomendo as hemáceas das certezas
ideológicas, explodindo as plaquetas da manipulação dos espíritos, das vontades
e das consciências. Ao Poeta, com a seringa na mão, não cabe controle, não
cabem indicativos de comportamento; não adiantam sangrias para livrarem-se de
sua contaminação. Poeta perturba a ordem no rebanho, simplesmente por não
entender a linguagem do berrante. Ele brinca com o berrante. Usa-o como caneta
para escrever poesia no capim. Espia curioso na boca do berrante, quebra-o em
pedacinhos só para ver o que tem dentro. Poeta fica louco, como Holderline; se
mata, como Mishima; xinga heróis da Pátria, como Benigna; expõe-se à violência
e ao exílio, como os poetas palestinos. Sem nem saber por que razão faz isso.
Faz porque faz. A minha grande pergunta para a sociedade é esta: E agora? A
Modernidade Eletrônica chegou e ainda estamos aqui, riscando na pedra da alma.
O que é que vocês vão fazer com a gente? Vão nos usar como brinquedinhos de
controle remoto? Vão nos paralisar à guisa de símbolos midiáticos? Vão nos
fragmentar para cabermos no site? Bom! Se vão fazer isso tudo, façam com
cuidado, porque a gente tem vírus”.
Sheilla Corrêa
Fonte: Suplemento
Underground – Grupo Cultura Sul Bagé, poesia.
(Colaboração Interativa de “Sulla Fagundes Poesia”).
Afonso Estebanez