terça-feira, 1 de junho de 2010

QUARTA ROSA DO ORIENTE

Tenho saudade da saudade dela
murmurando na brisa do jardim
que revejo do encanto da janela
aberta pelo céu dentro de mim.

A minha rosa é como a cidadela
da memória na torre de marfim
desse desterro de viver sem ela
num pálido crepúsculo sem fim.

Ela me traz de volta a sensação
de algum tempo futuro já vivido
no passado que não aconteceu.

Assim pressinto que no coração
essa doce ilusão me faz sentido
como sonho que se reconheceu.

Afonso Estebanez