SONETO DA MEDITAÇÃO
Pode
ser que amanhã eu amanheça
às
margens da enseada de teu leito,
que
meu amor de pronto reconheça
os
carrilhões de sinos no meu peito.
Pode
ser que já noite eu remanesça
da
entranha de um estigma desfeito
tal
que me seja dado que adormeça
ao
lado de teu sonho onde me deito.
Então
eu meditando sobre a estrada
que
a nós uniu no fim da caminhada
eu
cri que aquele enlace era destino.
Sofreste
a dor do adeus naquele cais
e
o que assomou das eras medievais
é
a redenção do amor em desatino...
Afonso
Estebanez