quarta-feira, 1 de março de 2017

UM POEMA QUÂNTICO


Pudera eu me lançar do Corcovado,
vendo a vida esvair num leve pouso
num pôr do sol onde eu seria aliado
a elétrons num átomo em repouso.

Em matéria, meu ser já quantizado,
atrairia ao núcleo o amor sem gozo
talvez num sentimento inexplicado
como um quântico enigma sigiloso.

O amor é a energia em movimento,
quiçá superfluidez do pensamento
no inconsciente atávico ou maldito.

E, na quantização dos semoventes,
a presunção desdiz os conviventes
aos quais o amor divino é infinito!

Afonso Estebanez