CANÇÃO DE KÉDMA
A Kédma chegou-me
aqui
do lado esquerdo do peito
e deixou-me uma canção.
Foi tão suave o que ouvi:
o canto do amor-perfeito
entre o peito e o coração.
Nem precisei
entendê-la!
Era a voz do cancioneiro
que há nas harpas do luar.
Foi o dom de conhecê-la
e a canção do jardineiro
que escuta a rosa cantar.
E ela é tão doce e
louçã
como a fada concebida
no perfume do jasmim.
Kédma acorda de manhã
como quem entra na vida
pela porta de um jardim.
Docemente me
convida
pra viver dentro de mim.
Afonso
Estebanez