terça-feira, 9 de maio de 2017

TOQUE DO SILÊNCIO
(Por um policial morto em missão)


“Herói de guerra e paz sem armistício”
a inscrição que ao probo induz chorar
pela função de honrar o compromisso
ainda que morra ou tenha que matar.

Opõe-lhe o próprio estado um artifício
que a hierarquia impõe-lhe concordar
cumprir missões de extremo sacrifício
sem que arrogue antever se vai voltar.

Ninguém suporta mais ter o heroísmo
de um agente sangrado no eufemismo
do hipócrita sistema inda em vigência.

Eis se no toque do silêncio há encanto,
é de uma glória de morrer sem pranto
por não privar ninguém da inocência!

Afonso Estebanez
(09.05.2017)