domingo, 12 de abril de 2009

RESSURREIÇÃO DE MIM...

RESSURREIÇÃO DE MIM...

RESSURREIÇÃO DE MIM...

Quando menino – a vida em preto e branco –
eu era tão humilde que acabava brigando com o Natal,
com a Páscoa e, às-vezes-quase-sempre, até com o dia
do meu aniversário...

Então eu acabei optando por fazer de todos os dias
de minha vida o meu Dia de Papai Noel...
Como não posso distribuir presentes nem chocolates
para todos os encantadores de meu inquieto coração,
distribuo-lhes poemas...

O que hoje faz de mim o primeiro da fila
no dia de ganhar algum presente do amor
que eu tenho pela vida...

Afonso Estebanez
(A todos os encantadores de minha
página – Páscoa de 2009)

MEU LOBO

MEU LOBO

MEU LOBO

Meu lobo é essa ausência conspirada
na alcova de minha alma aprisionada
nos escombros de um vasto anoitecer.

O pasmo é que esta noite a liberdade
fez-me gritar mais alto que a saudade
da qual você nem mesmo quis saber.

Eu só sei que meu grito foi de espanto
desta saudade acuada em cada canto
de não sei onde ou como nem porque.

Só sei que foi um grito e tão profundo
que se ouvia no mais além do mundo
meu lobo uivar da ausência de você...

Afonso Estebanez
(Dedicado à talentosa poetisa
e amiga Glorinha Gaivota)

MODINHA DE AMOR

MODINHA DE AMOR

MODINHA DE AMOR

Meu amor é o sofrimento
que me dói sem padecer
do eterno contentamento
do que morre sem morrer.

É de flores sem espinhos
que não têm do que doer
que se sofre de carinhos
sem que se possa sofrer.

Se não é amor não chora
ou se chora é sem querer
como lágrimas de aurora
nos olhos do amanhecer.

O amor de nada precisa,
só mesmo de acontecer.
Mas se chega não avisa
que sua dor é de prazer.

Afonso Estebanez
(Dedicado à solidária amiga
cearense Vania Gondim)

NÃO PENSA!

NÃO PENSA!

NÃO PENSA!

Quando um sonho bater em tua porta, pensa bem...
Pode até ser que não seja um sonho. Mas pode ser
o último sonho de tua vida.

Quando um anjo bater em tua porta, pensa bem...
Pode até ser que não seja um anjo. Mas pode ser
o único anjo em tua vida.

Quando a brisa beijar a tua face, pensa bem...
Pode até ser que nem seja a brisa. Mas pode ser
o último beijo de uma brisa.

Quando o amor bater na porta de teu coração,
pensa bem... Pode até ser que não seja o amor.
Mas pode ser o único amor de tua vida.

Quando sentires que tu queres entrar em tua vida,
não pensa! Pode ser um sonho, um anjo, um amor
ou, quem sabe, tão somente o beijo de uma brisa.

Mas não pensa! Abra a porta e deixa teu Eu entrar
rompendo as velhas trancas de tua entrada proibida.
Porque esta deve ser a última vez que Deus tenta
entrar para sempre em tua vida...

Julis Calderón & Afonso Estebanez

DOIS AMORES E UM AMOR

DOIS AMORES E UM AMOR

DOIS AMORES E UM AMOR

É apenas mais um ato que termina
cada dia que passa em minha vida
na ribalta do amor que me fascina
onde não há partir nem despedida.

É sabido que eu vivo dois amores
que só vivem do amor indivisível
deste favo de mel de dois sabores
repartido num quântico plausível.

E vivo desse amor feito de calma
da vida calma que só eu suponho
como suponho que viver da alma
seja vida na alma de outro sonho.

Na ribalta do amor que te fascina
onde não há mais hora de partida
é apenas como o dia que termina
cada noite que passa em tua vida.

Afonso Estebanez
(Poema dedicado à notável articulista
da fraternidade virtual Eva Almeida -
“Eva Ama Dois”)

SONETO DO AMOR CATIVO

SONETO DO AMOR CATIVO

SONETO DO AMOR CATIVO

Quantas vezes, querida, apenas desejei
sonhar para viver do sonho que não tive
por falta de razão em tudo o que sonhei
vivendo por capricho onde jamais estive.

Querida! Quantas vezes eu então tentei,
mas nunca consegui viver como se vive
despertado do sonho que não despertei
como o teu pássaro cativo, mesmo livre.

E vão entardecendo nossas esperanças
num funeral tardio de letais lembranças,
a despeito da vida que ainda pulsa nele.

E não me doa mais o amor de cativeiro:
se este sonho ficar, seja ele derradeiro.
E se ficar o amor, eu vou ficar com ele!

Afonso Estebanez
(Dedicado à notável poetisa
Marisa Pasternak “Anjopoesia”)

Saudade de ti...

Saudade de ti...

Saudade de ti...

mudei o gosto
mudei a idade
mudei o rosto
da identidade

mudei de teto
troquei de rua
fui para perto
do fim da lua

mudei o amor
dentro de mim
troquei de flor
do meu jardim

troquei de tudo
mudo eu fiquei
só por vaidade
só não troquei
foi de saudade

Afonso Estebanez
(Dedicado com carinho à amiga
Maria do Carmo Mara)