quinta-feira, 26 de março de 2009

CONFISSÃO

CONFISSÃO

CONFISSÃO

Feliz de mim quando tu vens
ao confessionário do meu coração
falar do amor que ainda me tens
onde perdestes tua própria alma
num labirinto de solidão...

Louvores ao amor que te absolve
e te devolve a paz e a luz e a calma
sempre que lhe dás a oportunidade
de reencontrar a tua alma...

Bem-aventuradas são as almas
que confessam seu amor perdido
do qual nunca se perderam...

É preciso viver para perder-se
o quanto é necessário perder-se
para se encontrar na solidão...

Bem-aventuradas as nossas almas
separadas... Eis porque juntas,
jamais se perderão...

Afonso Estebanez
(Dedicado à carinhosa amiga
Sandra Mello “Flor”)

E O VENTO NÃO LEVOU...

E O VENTO NÃO LEVOU...

E O VENTO NÃO LEVOU...

Minha primeira letra do alfabeto grego
o princípio do amor das aulas de latim
o beta do bendito beijo no aconchego
do primeiro capítulo do amor de mim.

O ciúme que de ti eu tenho por tolice,
a ponto de me declarar em guerra fria
e pôr no dia da batalha uma meiguice
que faça a minha noite clarear teu dia.

E o vento não levou a lucidez da pena
que pago como por dever de gratidão
pelo fato de não ter sido tão pequena
tua herança terrena havida do perdão

que o vento não levou e nunca levaria
da memória da vida agora despertada
do destino capaz de ouvir da ventania
a paz da sinfonia eterna da alvorada...

Afonso Estebanez
(Poema dedicado à poetisa brasileira
Genaura Tormin – com meu carinho)

E O TEMPO NÃO LEVOU...

E O TEMPO NÃO LEVOU...

E O TEMPO NÃO LEVOU...

Meus castelos de esperança
com suas torres de marfim:
as pedras são as da infância
que guardei dentro de mim

como guardo em tolerância
o que a dor doeu-me assim
sendo a dor a circunstância
dos espinhos de um jardim.

O tempo não toma a aurora
pois a aurora é da alvorada:
meu lume eterno que mora
nos olhos de minha amada.

Afonso Estebanez
(Dedicado à notável poetisa e amiga
Ana Beatriz Nascimento – Bia Poesias)

SÉTIMA ROSA DE SAROM

SÉTIMA ROSA DE SAROM

SÉTIMA ROSA DE SAROM

Minha sétima rosa é a última que a vida
fez na memória do deserto deslembrada
de que no mundo toda flor é concebida
para lembrar de uma verdade revelada.

A verdade da rosa é a aurora resumida
em primavera do deserto sem ter nada
eis que do nada cada rosa é presumida
como uma dádiva profana consagrada.

E Deus é pompa pela tua circunstância
de ser amada com amor em abundância
por esse meu amor inculto de aprendiz.

Mas a sétima rosa induz-me o coração
a reduzir todo esse amor numa paixão
que faz de mim o teu amado mais feliz.

Afonso Estebanez