DO PRIMEIRO AMOR
Já adormeci meus últimos sentidos
já acortinei meus velhos aposentos
mas não esqueço os dias exauridos
à véspera de meus encantamentos.
E até hoje caminho entre quimeras
nas cinzas das extintas primaveras
exumadas do pó dos pensamentos.
Meu calendário removeu setembro
de seu tempo infinito de esplendor
e dos amores só de um me lembro:
o que me deu a aurora de uma flor.
Vou violar meu portal de desalento
furtar de mim a flor daquele tempo
e devolvê-la ao meu primeiro amor.
Afonso Estebanez
(Peça lírica que dedico a minha irmã
Catarina Maria E. Stael
doce companhia mineira de minha
infância distraída– 19.08.2017)