quinta-feira, 13 de abril de 2017

CENTELHA

Nunca espero desta vida
o que a vida não me deu
minh'alma compadecida
é do amor que renasceu.

Corações a toda a brida
o meu nas beiras do teu
mas tu amavas dividida
sem saber qual era meu.

Montanhas a fé remove
e o amor é que comove
a centelha dessa chama

que me dói e não apaga
e me diz que não acaba
que o amor inda te ama.

Afonso Estebanez
(Poema dedicado à gentil
amiga Priscilla Basílio) 
RECONSTRUÇÃO DO POEMA 2


Reconstruir poemas para você é a oblação
de rosas de alguma primavera antecipada
no jardim do arco-íris em celeste floração.


Saiba que vivo das ternuras descortinadas
pelos campos de trigo onde primícias raras
dos meus cios maduros já desabrocharam.


Importa-me o enigma dos versos foragidos
do poema construído sob a luz da lua nova
que à noite se renova em segredo de nascer.


Poema reconstruído na maré do horizonte
na colina ou sobre os montes onde houver
a lua cheia sobre os corpos dos amantes.


Assim se faça do meu rumoroso coração
o leito vasto de você amanhecer em mim
com os vestígios do amor em construção...


Afonso Estebanez 
(Poema que dedico com carinho a amiga
Lucinha Borini Simões
como expressão de meu apreço a todos 
os membros dessa família que há tempos
reside no meu coração)
RECONSTRUÇÃO DO POEMA 1


Estou reconstruindo um poema para você
nascer em mim como renasce um pássaro
que reconstrói o ninho nos ramos da brisa.


Um poema que possa ao menos parecer
infinito como um beijo da luz nas águas 
da ribeira escorrendo na canção que fica.


Versos de espumas das alvas cachoeiras
ou de uma luz noturna que ao luar reflita
a paz de sua história reescrita nas estrelas.


Na parte proibida do amor em reencontro 
do lado oculto de meus anjos profanados
a face consentida da magia desse encanto.


De sementes fluindo em mim como cristais
de chuva nas vidraças da alma despertada
pelo toque da manhã que boceja na janela.


Poema reconstruído de carícias para você
adormecer em mim como chama resolvida
que se apaga no pó das cinzas sem morrer.


Afonso Estebanez
(Dedicado com carinho a amiga
Lucia Cristina Borini Simões
em reconhecimento à uma amizade há tempos
considerada ponte de nossa admiração)