quarta-feira, 18 de março de 2009

Δάφνη

Δάφνη

Δάφνη

Ah, se tu não podes ser amante
e de mim não podes ser mulher
nem o eterno cântico da amada,
sejas tu ao menos meu instante
de viver do encanto se eu puder
não viver sem precisar de nada.

Ai de mim, essa árvore sagrada
carregada de meus desenganos
sonhos falsos que eu até desejo
com a alma tão só desobrigada:
viver só o amor de muitos anos
vividos do veneno de teu beijo!

Ah, do amor ferido com doçura
feliz sensação é um não ter fim
a demência em fase de ternura
que dói e me cura e fica assim.
Ai de mim!...

Afonso Estebanez
(Dafne – poema de inspiração grega
dedicado à doce amiga Cida Barrêto)