PENITÊNCIA...
Flor desbotada do manto
rosa morta sobre a mesa
desalinho em cada canto
da casa que me despeja.
O! jardim em desencanto
ah, os pés de framboesa
os lírios secos no campo
as quimeras sem beleza.
Não tolero mais encanto
que me conte de tristeza
e hei olvidar esse pranto
e doer com mais leveza.
Mas amor! eu amo tanto
que a paixão afim viceja
na tristeza do quebranto
que atirei na correnteza.
E o rio levou meu canto
com tamanha singeleza
que já ritmo do espanto
me fiz som da natureza.
Afonso
Estebanez