domingo, 23 de abril de 2017

VELHOS CARNAVAIS


Quando revejo as tuas fantasias
com as minhas exóticas no leito,
eu viro o sentidor das nostalgias
do enredo ritmado no meu peito.

A morte deveu prazo às alegrias
para viver o nosso amor perfeito
ficando nas lembranças fugidias
o teu amor no carnaval desfeito.

Se for para viver um pouco mais
do que vivi nos velhos carnavais
eu vou morrer para jamais voltar.

E vou morrer se tanto for preciso
sabendo que tu estás no paraíso
à espera de eu morrer para ficar.

Afonso Estebanez
(23.04.2017)
EU VI
o amor
e como
o pomo
é a flor.

se o for
eu amo
já tomo
tua dor.

vi lírios
jacintos
jasmim.

delírios,
absintos
em mim.

Afonso Estebanez
ERVAMOR


Do paralelepípedo
a planta
plúrima
parapétala
pulou
o parapeito
do primeiro
pavimento.

Púnico plágio plástico
ponta por ponta
espetou
espinhos
apopléticos
na parede.

Depredou a prumada
do telhado
tomou
um porre
de chuva
de prata.

Onde o braço do homem
não alcança
a planta
pôs o pólen
na concha
da calha
por conta
do amor

E deu à luz uma flor!

Afonso Estebanez