domingo, 26 de março de 2017

VALSA DE VERSOS
(Hendecassilábicos)


Não quero uma valsa que seja plangente
que engana a nobreza se for orquestrada
mas quero uma valsa que seja indolente,
decerto ao compasso da pátria enlutada.

Se morto, eu espero o silêncio eloquente
do amor descontente da vida engessada,
nem quero uma valsa dançada por gente
de ação indecente em torpeza enterrada.

Sepultem meu corpo no outeiro das aves
sem valsa que imite seus cantos suaves,
e chega do estresse dos sonhos mortais.

Eu quero uma valsa embriagada de azul
da altura das nuvens do céu de Stambul
bem onde o infinito me alumbre de paz...

Afonso Estebanez