quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

DESEJO DE AMAR...



DESEJO DE AMAR...

Eu pus minha vida no vento
e o vento aprendeu a cantar
levando-me todo o lamento
do encanto na brisa do mar.

A vida era todo o momento
que o vento deixava passar
na breve cantiga do tempo
na ausência infinita do mar.

E não era paz ou tormento
tentar ir-me embora e ficar
à beira do amor ao relento
ouvindo o lamento do mar.

Então pus o corpo sedento
e o ventre da brisa no mar
e a alma salgada do vento
refez meu desejo de amar...

Afonso Estebanez

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