QUANDO VIER A PRIMAVERA
Quando o verão no cálido poente
parecer-te o pintor da primavera
não te esqueças amor, é evidente
que exaurimos a última quimera.
parecer-te o pintor da primavera
não te esqueças amor, é evidente
que exaurimos a última quimera.
Se o outono vier-te resplendente
qual o éden florido que te espera
não te iludas amor, é imprudente
colher fruto que o viço degenera.
qual o éden florido que te espera
não te iludas amor, é imprudente
colher fruto que o viço degenera.
Não podes enflorar o teu inverno
feito miragens em deserto eterno
de oásis secos entre os espinhais.
feito miragens em deserto eterno
de oásis secos entre os espinhais.
Ah, meu amor! a aura já sombria,
confessa a flor, como na profecia,
que a primavera não existe mais!
confessa a flor, como na profecia,
que a primavera não existe mais!
Afonso Estebanez
(24.05.2017)
(24.05.2017)
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