domingo, 19 de fevereiro de 2017

ENTRE A FLOR E A LUZ 


Acredito que a maioria dos humanos adquiriu, por instinto ou cultura, desde o nascimento, o hábito de ver as coisas de fora para dentro, sem que consigam observar um terço do que se encontra no profundo delas. Como acontece com o cérebro condicionado. Preocupado com isso, desde a infância, eu procurava, em silêncio e conscientemente, enxergar as coisas ao meu redor de dentro para fora. Foi quando descobri a poesia que defino como a alma de dentro para fora. Acontecia de eu observar subjetivamente o que, segundo o imaginário, era objetivo. Olhava-me no espelho e observava se eu era mesmo aquela imagem que via ou se eu era apenas aquela imagem que eu pensava que via. Portanto, eu não falo nem vejo através de códigos. Eu 'penso' em códigos, na maioria das vezes poéticos. E dava uma olhadinha em Paulo, Coríntios 13, 1-13 para ‘pensar o amor’ como atitude da alma.


Nunca escrevo nada que possa parecer solução. Solução é dever de casa obrigatório, não servindo a ninguém que não medita sobre o resultado a serviço dou outro ser humano. A pergunta, sim, faz com que me questione a mim mesmo, como a relação mais importante do meu questionamento. Estou divulgando esta mensagem para meus semelhantes, já que o maior inimigo do espírito é o medo! Em minha busca, o encontro está em que devo me convencer de que o medo não faz parte de mim. Na imagem de uma rosa vermelha sob a luz das velas pode haver a ilustração desta descoberta. Não é a luz das velas que dá existência à rosa, é a rosa, com sua luz própria, que exalta a possibilidade de existência material da luz das velas. Então, a rosa é o sujeito mais importante da relação entre a flor e a luz, elucidando-me que “Poesia é a alma de dentro para fora”...



Afonso Estebanez

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