terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

DÉJÀ VU: MÉMOIRE D'AMOUR


Não vou contrariar o dogma da vida
se a vida afaga o desafio de morrer,
se a profecia imperecível prometida
faz renascer o amor eterno de viver.

Aquela cena amargamente repetida
no mesmo sonho se reflete para ver
da paixão que vivi agora ressentida
o despedir na solidão do entardecer.

É místico ao amor eternizar o tempo
desatendendo o fatalismo desatento
que desta vida pela morte me desfiz.

E minha amada me jaz vívida na luz,
se do lado da morte ainda me seduz
do outro lado da vida ela me faz feliz.

Afonso Estebanez

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