OFICINA – MÓDULO 06
DA ARTE DE ESCREVER SEM MEDO
*UMA VOLTA AO TEMA: POESIA & POEMA*
TENDO EM VISTA a constatação de algumas dificuldades ao entendimento
razoável da relação ‘poema & poesia’, devemos rever o tema por mais uma
vez, sem abusar dos recursos pedagógicos ou didáticos que o assunto, em tese, pode
exigir.
DESTA FORMA, resolvemos adotar algumas orientações da insigne professora
Sílvia Regina Pinto – já citada por nós em módulo anterior – graduada em
Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1970), em Português
Literatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1973), com mestrado
em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1995) e doutorado
em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000). Desde
1978 é professora na área de Letras, com ênfase em Teoria da Literatura, atualmente
dedicada a pesquisas relacionadas com Teoria da Literatura, Filosofia,
Literatura e Ficção, em perspectivas contemporâneas. Orienta Silvia Regina (há
grifos nossos):
‘NA
EVOLUÇÃO da palavra até hoje, as conceituações mais estritas para POEMA nem
sempre são muito precisas, e, em muitos casos, confundem-se com os conceitos
para POESIA, embora, de modo geral, POEMA seja entendido como uma das
expressões possíveis da POESIA. Destacamos algumas definições normalmente
encontradas:
1.
Obra literária em verso;
2.
Composição poética de extensão variável;
3.
Obra literária em prosa, em que há ficção e estilo poético;
4.
As peças orquestrais de caráter descritivo: “poemas sinfônicos”;
5.
Da arte de escrever em versos e cada um dos gêneros de composição poética de
pouca extensão;
6.
Maneira de fazer versos peculiar a um autor ou a um estilo;
7.
Aquilo que desperta o sentimento estético do “belo”;
8. DIZ-SE
DA ATIVIDADE LINGUÍSTICA QUE TEM UM OBJETIVO DE ARTE E PROCURA CRIAR COM A
LINGUAGEM UM ESTADO PSÍQUICO DE EMOÇÃO ESTÉTICA POR MEIO DA APLICAÇÃO
SISTEMÁTICA DE PROCESSOS ESTILÍSTICOS’.
DESTACAMOS
a oitava opção, por entendermos ser esta a que mais se aproxima das orientações
até este momento fornecidas aos interessados. ‘Segundo Octavio Paz – enfatiza –
“POEMA” é uma palavra semanticamente instável, que se vincula, pela etimologia
e por natureza, à “POESIA”: considera-se poema toda composição literária de
índole poética, “um organismo verbal que contém, suscita ou segrega poesia”.
Assumida ortodoxamente, a CONEXÃO ENTRE POEMA E POESIA implicaria um juízo de
valor, ainda que de primeiro grau: todo poema encerraria poesia, e vice-versa,
pois, sistematicamente, a poesia se coagularia em poema. Na verdade, a
correlação apenas se observa como tendência historicamente verificável, pois
“existem poemas sem poesia”, e a poesia pode surgir, por exemplo, no âmbito da
estrutura formal de um romance ou de um conto, de modo que muitos autores
consideram que um poema pode ser estruturado não apenas em versos, mas também
em prosa’.
‘CONSIDERANDO de outra maneira, já em si poética, afirma o mesmo Octavio
Paz: “[...] O POEMA É UM CARACOL ONDE RESSOA A MÚSICA DO MUNDO, E MÉTRICAS E
RIMAS SÃO APENAS CORRESPONDÊNCIAS, ECOS, DA HARMONIA UNIVERSAL. Ensinamento,
moral, exemplo, revelação, dança, diálogo, monólogo. Voz do povo, língua dos
escolhidos, palavra do solitário. Pura e impura, sagrada e maldita, popular e
minoritária, coletiva e pessoal, nua e vestida, falada, pintada, escrita,
ostenta todas as faces, embora exista quem afirme que não tenha nenhuma: o
poema é uma máscara que oculta o vazio, bela prova da supérflua grandeza de
toda obra humana!”
‘PERGUNTANDO ao poema pelo ser da poesia, não
confundimos arbitrariamente poesia e poema? Já Aristóteles dizia que “nada há
de comum, exceto a métrica, entre Homero e Empédocles; e por isso com justiça
se chama de poeta o primeiro e de filósofo o segundo”. E assim é: NEM TODO
POEMA – ou, para sermos exatos, nem toda obra construída sob as leis da métrica
– CONTÉM POESIA. Por outro lado, há poesia sem poemas, pois, paisagens, pessoas
e fatos podem ser poéticos, portanto, podem ser poesia sem ser poema. Quando a
poesia acontece como uma condensação do acaso ou quando é uma cristalização de
poderes e circunstâncias alheios à vontade criadora do poeta, estamos diante do
poético’.
‘MAS É PRINCIPALMENTE no poema que a poesia se recolhe e se revela mais
plenamente. É lícito perguntar ao poema pelo ser da poesia, se deixamos de
concebê-lo como uma forma capaz de se encher com qualquer conteúdo. O poema não
é apenas uma forma literária, mas o lugar de encontro entre a poesia e o homem.
O poema é um organismo verbal que contém, suscita ou emite poesia. Neste caso,
forma e substância são a mesma coisa’.
‘ALGUMAS TEORIAS da literatura pretendem reduzir a gêneros a vertiginosa
pluralidade do poema. Por sua própria natureza, a pretensão padece de uma dupla
insuficiência: reduzindo-se a poesia a umas tantas formas – épicas, líricas,
dramáticas – o que faremos, pergunta Octavio Paz, com os romances, os poemas em
prosa e esses livros diferentes como, por exemplo, Os Cantos de Maldoror (de
Lautréamont) ou Nadja (de Andre Breton)? Se aceitarmos todas as exceções e
todas as formas intermediárias, a classificação se converterá num catálogo
infinito. Todas as atividades verbais, para não abandonar o âmbito da
linguagem, são susceptíveis de mudar de signo e se transformar em poemas: desde
a interjeição até o discurso lógico. Por isso, as classificações de uma
retórica mais tradicional e mais fechada podem acabar sendo muito limitadas’.
‘CADA POEMA é ESPECIAL, IRREDUTÍVEL e IRREPETÍVEL (INCOPIÁVEL
e INIMITÁVEL). A única característica comum a todos os poemas consiste
em serem obras, produtos humanos, como os quadros dos pintores e as cadeiras
dos carpinteiros. No entanto, os poemas são obras de um feitio estranho: não há
entre um e outro a relação de parentesco que, de modo tão palpável, se verifica
com os instrumentos de trabalho. Técnica e criação, utensílio e poema são
realidades distintas. CADA POEMA É UM OBJETO ÚNICO, criado por uma “técnica”
que morre no instante mesmo da criação. AQUILO QUE SE PODE DENOMINAR “TÉCNICA
POÉTICA” NÃO É TRANSMISSÍVEL PORQUE NÃO É FEITA DE RECEITAS OU FÓRMULAS, MAS DE
INVENÇÕES COM A LINGUAGEM QUE SERVEM, PRINCIPALMENTE, PARA SEU CRIADOR’.
‘NA ATIVIDADE POÉTICA formal de construção de um poema, exploram-se as
possibilidades da linguagem em geral e da língua específica, em particular: a)
no material sonoro; b) nas palavras; c) nas associações de ideias; d) nas
construções fraseológicas, utilizando-se o RITMO, a HARMONIA IMITATIVA, a RIMA,
a ASSONÂNCIA, a ALITERAÇÃO, as FIGURAS DE PALAVRAS, as FIGURAS DE PENSAMENTO,
as FIGURAS DE SINTAXE. Para Jean Cohen, de um modo geral, um poema é breve,
limitado e obediente a certos requisitos formais, visto ser,
precisamente, uma “TÉCNICA LINGUÍSTICA DE PRODUÇÃO DE UM TIPO DE CONSCIÊNCIA
QUE O ESPETÁCULO DO MUNDO NÃO PRODUZ ORDINARIAMENTE”. Já Antonio Quilis, define
o poema como um contexto linguístico no qual “a linguagem, tomada em seu
conjunto de significante e significado como matéria artística, alcança nova
dimensão formal, que, em virtude da intenção do poeta, se realiza potencializando
os valores expressivos de linguagem por meio de um ritmo pleno”.
‘EM SENTIDO FORMAL, é costume CHAMAR-SE POEMA À FORMA DE EXPRESSÃO
ordenada segundo certas REGRAS e dividida em UNIDADES RÍTMICAS. VERSO É A UNIDADE
RÍTMICA EM CUJOS LIMITES SE ACHAM AS UNIDADES DE SENTIDO DE QUE SE COMPÕE O
POEMA. O ritmo poético, que na essência não difere das outras modalidades de
ritmo, geralmente se caracteriza pela repetição. O RITMO CONSISTE NA DIVISÃO
PERCEPTÍVEL DO TEMPO E DO ESPAÇO EM INTERVALOS IGUAIS, OU, COM ALGUMA
REGULARIDADE. Quando o poema se constitui de unidades rítmicas semelhantes,
diz-se que a versificação é regular, e, quando isto não ocorre, a versificação
é mais irregular ou livre, sendo bom lembrar que o ritmo poético utiliza
recursos que nem sempre podem ser coincidentes de idioma para idioma. HÁ POEMAS
QUE SE APRESENTAM COMO FORMA FIXA, isto é, submetida a regras pré-determinadas
quanto à COMBINAÇÃO DOS VERSOS, DAS RIMAS, ou DAS ESTROFES. Como EXEMPLOS,
podem ser mencionados o SONETO (que tem longa e profunda vitalidade em
várias literaturas, inclusive na portuguesa e na brasileira), o RONDÓ, o
RONDEL, a BALADA, o CANTO REAL, o VILANCETE, a VILANELA,
a SEXTINA, o PANTUM, o HAICAI (ou haikai) e a QUADRA
POPULAR’.
‘OS ESTILOS VÃO E VÊM. Os poemas permanecem e cada um deles constitui
uma unidade autossuficiente, um exemplar isolado, que não se
repetirá jamais. O poema é feito de palavras, seres equívocos que, sendo
cor e som, também são significado. Esse tipo de organismo “anfíbio” começa na
palavra, um ser significante, mas, no poema, a linguagem recupera sua
originalidade primitiva, mutilada pela redução que lhe impõem a prosa e a fala
cotidiana. O POEMA É ALGO QUE ESTÁ MAIS ALÉM DA LINGUAGEM. Entretanto,
paradoxalmente, isso que está mais além da linguagem só pode ser conseguido
através da própria linguagem. UM QUADRO SERÁ “POEMA”, NO SENTIDO MAIS AMPLO
DO TERMO, SE FOR ALGO MAIS QUE LINGUAGEM PICTÓRICA. Nessa medida, ser um
grande pintor também significa ser um grande “poeta”: ALGUÉM CAPAZ DE
TRANSCENDER OS LIMITES DA LINGUAGEM EM QUE SE EXPRESSA’.
‘O POEMA é, então, uma tentativa de transcender o próprio idioma. A fala
– a linguagem social – CONCENTRA-SE NO POEMA, ARTICULA-SE e LEVANTA-SE. O poema
é essa linguagem “erguida”. Assim, podemos dizer que duas forças antagônicas
habitam o poema, sendo uma de elevação ou desenraizamento, que arranca a
palavra da linguagem; e outra de gravidade, que a faz voltar. O POEMA É UMA
CRIAÇÃO ORIGINAL E ÚNICA, mas também É LEITURA E RECITAÇÃO: PARTICIPAÇÃO. O
poeta o cria; alguém, ao lê-lo ou recitá-lo, o recria.
Desta maneira, poeta e leitor acabam por ser dois momentos de uma mesma
realidade’.
ASSIM, ‘O sentido principal do poema é o próprio poema: suas imagens não nos
levam a outra coisa, como, geralmente, ocorre com a prosa, mas nos colocam
diante de uma realidade concreta, porque suas referências são muito mais
internas, isto é, encontram-se em si mesmas. O poema transcende a linguagem
porque é linguagem – linguagem antes de ser submetida à “mutilação” da prosa ou
da conversação – mas é também alguma coisa mais. E esse algo mais é
inexplicável pela linguagem, embora só possa ser alcançado por ela. Embora
nascido da palavra, o poema desemboca nesse algo que a ultrapassa’.
‘DIZ-SE, também, que o POEMA É LINGUAGEM EM TENSÃO: EM EXTREMO DE SER E EM SER
ATÉ O EXTREMO. (...) O poema possui uma inegável UNIDADE DE TOM, RITMO e TEMPERATURA.
É um TODO (...), uma OBRA. “E TODA OBRA É FRUTO DE UMA VONTADE QUE TRANSFORMA E
SUBMETE A MATÉRIA BRUTA SEGUNDO SEUS DESÍGNIOS”. (...). Mas quem imprime
sentido à marcha ziguezagueante de um poema? O ato de ESCREVER POEMAS se
oferece a nossos olhos como um nó de forças antagônicas, no qual NOSSA VOZ E
OUTRAS VOZES SE ENLAÇAM e se confundem. As fronteiras se extinguem e nosso
discorrer se transforma insensivelmente em ALGO QUE NÃO PODEMOS DOMINAR
TOTALMENTE. Nessa ambiguidade consistiria o MISTÉRIO do que se conhece
como “INSPIRAÇÃO”.
‘PARA ALGUNS, o poema é a experiência do abandono; para outros,
do rigor. Cada leitor procura algo no poema. E não é insólito que o
encontre: de alguma forma já o trazia dentro de si. Graças ao poema
podemos chegar à experiência poética. O POEMA É UMA POSSIBILIDADE ABERTA A
TODOS OS HOMENS, qualquer que seja seu temperamento, seu ânimo ou sua
disposição. No entanto, o poema não é senão isto: possibilidade, algo que só se
anima ao contato de um leitor ou de um ouvinte. Há, assim, uma característica
comum a todos os poemas, sem a qual nunca seriam POESIA: A PARTICIPAÇÃO.
Cada vez que o leitor revive realmente o poema, atinge um ESTADO que
podemos, na verdade, chamar de POÉTICO. O poema é, também, MEDIAÇÃO:
graças a ele, o tempo original – “pai dos tempos” – materializa-se num momento.
A sucessão se converte em presente puro, manancial que se alimenta a si próprio
e transmuta o homem. A POESIA NÃO É NADA SENÃO TEMPO: IMPULSO RÍTMICO
PERPETUAMENTE CRIADOR”.
‘AFIRMA, ainda, Octavio Paz: TRAGÉDIA, EPOPÉIA, CANÇÃO, o poema tende a
repetir e recriar um instante, um fato ou conjunto de fatos
que, de alguma maneira, se tornam arquetípicos. O tempo do poema é distinto do
tempo cronológico. “O que passou, passou”, dizem. PARA O POETA O QUE PASSOU
VOLTARÁ A SER, voltará A SE MATERIALIZAR. O poeta, disse o centauro Quíron a
Fausto, “NÃO ESTÁ AMARRADO PELO TEMPO”. E este responde: “AQUILES ENCONTROU
HELENA FORA DO TEMPO”. “Fora do tempo? Melhor, no tempo original”.
TEMPO
e RITMO. ‘Paul Valéry, por exemplo, comparou a PROSA COM A MARCHA e a POESIA
COM A DANÇA. Assim voltamos à ideia de ritmo, que não é outra coisa senão esta
constante REPETIÇÃO e RECRIAÇÃO, como a maré que vai e que vem, que cai e se
levanta. Diferentemente, então, do que acontece com a prosa, a unidade da
frase, o que a constitui como tal e forma a linguagem, não é o sentido ou
direção significativa, mas, principalmente, o que se caracteriza como ritmo.
Neste caso, O RITMO NÃO É APENAS MEDIDA, mas, principalmente, VISÃO DO MUNDO e,
assim, CALENDÁRIOS, MORAL, POLÍTICA, TÉCNICA, ARTES, FILOSOFIAS, tudo enfim que
chamamos de CULTURA TEM SUAS RAÍZES NO RITMO’.
‘O RITMO não é apenas o elemento mais antigo e permanente da linguagem,
como também não é difícil que seja anterior à própria fala. Em certo sentido,
pode-se dizer que a linguagem nasce do ritmo ou, pelo menos, que TODO RITMO
IMPLICA OU PREFIGURA UMA LINGUAGEM. Como então distinguir “prosa” e “poema”?
Deste modo: O RITMO SE DÁ ESPONTANEAMENTE EM TODA FORMA VERBAL, MAS SÓ NO POEMA
SE MANIFESTA PLENAMENTE. Sem ritmo não há poema; só com ritmo não há
prosa. O ritmo é condição do poema, ao passo que não é essencial para a
prosa. O poema apresenta-se como um círculo ou uma esfera – algo que se fecha
sobre si mesmo, universo autossuficiente e no qual o fim é também um princípio
que volta, se repete e se recria’.
‘CONFORME Alfredo Bosi, num poema primitivo ou arcaico, o ritmo procura
retomar, concentrar e realçar os acentos da linguagem oral. No POEMA CLÁSSICO,
o ritmo tende a demarcar, no interior de uma língua geral, uma área particular
de regularidades, ou de continuidades. No POEMA MODERNO, o ritmo tende a abalar
o cânon da uniformidade estrita, isto é, procura-se abolir o verso,
determinando uma PROCURA e uma EXPLORAÇÃO, cada vez mais conscientes, das
potências e virtualidades musicais da frase’.
‘É INTERESSANTE
destacar, porém, que METRIFICAÇÃO E RITMO NÃO SÃO A MESMA COISA. O ritmo é
inseparável da frase, não é composto só de palavras soltas e nem é só medida
e quantidade silábica, acentos e pausas: é IMAGEM e SENTIDO.
Ritmo, imagem e significado apresentam-se simultaneamente numa unidade
indivisível e compacta: a frase poética, o verso. A metrificação, pelo
contrário, é medida abstrata e independente da imagem. A DISTINÇÃO ENTRE METRO
E RITMO PROÍBE CHAMAR POEMAS A UM GRANDE NÚMERO DE OBRAS CORRETAMENTE
VERSIFICADAS QUE, POR PURA INÉRCIA, CONSTAM COMO TAIS NOS MANUAIS DE LITERATURA.
Por outro lado, segundo Octavio Paz, obras como “Alice no País das Maravilhas”
(de Lewis Carroll) ou “El jardín de los senderos que se bifurcam” (de Jorge
Luis Borges), entre muitas outras, poderiam ser chamados de poemas. Nelas, a
prosa acaba negando a si mesma. As frases não se sucedem obedecendo a uma ordem
conceitual ou narrativa, mas são principalmente presididas pelas leis da imagem
e do ritmo’. Ritmo seria, então, O SOPRO DA VIDA DE UMA OBRA!
CONCLUSÃO: como exemplos, poderíamos citar alguns pensamentos
instigantes de Schlegel: “há tanta poesia, e, no entanto, NADA É MAIS RARO QUE
UM POEMA. E isto inclui a enorme quantidade de esboços poéticos, escritos,
estudos, fragmentos, tendências, ruínas e materiais”.
Ou, também: “Assim como uma criança é na verdade alguém que se tornará adulto, UM
POEMA É APENAS UM PRODUTO DA NATUREZA QUE SE TORNARÁ OBRA DE ARTE”. Ou, ainda:
“Em todo bom poema é preciso que tudo seja INTENÇÃO e tudo seja INSTINTO.
Por isso ele se torna ideal”. Ou, mais outra: “Anotações para um poema são como
lições de anatomia sobre um assado”. Enquanto isso, R. Whately, afirma, no
dicionário de Shipley, que: “qualquer composição em verso (e nenhuma que não o
seja) é sempre chamada, seja boa ou má, de um Poema, POR TODOS QUE NÃO POSSUEM
UMA HIPÓTESE ESPECÍFICA A SUSTENTAR”.
Afonso
Estebanez
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