quarta-feira, 2 de novembro de 2016

EMPRESTA-ME A TUA ALMA



Já sei por onde escoam as águas da fonte
desse sorriso de cristal que me entorpece 
de sonhos o rebanho de minhas emoções.

Ecoa-me a canção destas amenas águas 
que te escorrem das pedras derramadas
na ânfora do corpo em cálice de outono.

E os teus sorrisos são libélulas de beijos 
tangidas pelas flautas doces das ribeiras
do impulsivo destino de lavar o coração.

Então me empresta a alma de alvorada
para tirar de ti as pedras dos caminhos
e apascentar as águas do meu ribeirão.

Benditos sejam os clarins da primavera
benditos sejam os que viverão de rosas
porque de espinhos eles não perecerão.

Afonso Estebanez

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