quarta-feira, 2 de novembro de 2016

DESEJO DE AMAR...



Eu pus minha vida no vento
e o vento aprendeu a cantar
levando-me todo o lamento
do encanto na brisa do mar.

A vida era todo o momento
que o vento deixava passar
na breve cantiga do tempo
na ausência infinita do mar.

E não era paz ou tormento
tentar ir-me embora e ficar
à beira do amor ao relento
ouvindo o lamento do mar.

Então pus o corpo sedento
e o ventre da brisa no mar
e a alma salgada do vento
refez meu desejo de amar...

Afonso Estebanez

Um comentário:

Antonia Albuquerque disse...

Simplesmente belíssimos e encantadores versos,parabéns poeta.