terça-feira, 15 de novembro de 2016

A FÊNIX DE HIROSHIMA

Oh, flor do céu tão cândida e tão pura!
Ô, fênix dos escombros de Hiroshima!
Devolva o desamor à dor da sepultura
e ao seu algoz o horror dessa chacina! 

A dor que dói da guerra é a dor futura
e a rosa que a dor lembra é a matutina
por quem dobram os sinos é a ternura:
a fênix dos escombros de Hiroshima!

Por quem dobram os sinos é candura:
a fênix dos escombros de Hiroshima! 
A rosa ensangüentada estava impura 
nos escombros da aurora vespertina!

Ah, flor do céu tão baça e tão escura!
Prenúncio dos crepúsculos em ruína!
Devolva a paz ao mundo com doçura: 
a fênix dos escombros de Hiroshima!

Afonso Estebanez
(Poema de 1970 – Inédito. Homenagem 
às vítimas do holocausto de 06/08/1945. 

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