UM POEMA QUÂNTICO
Pudera eu me lançar do Corcovado,
vendo a vida esvair num leve pouso
num pôr do sol onde eu seria aliado
a elétrons num átomo em repouso.
Em matéria, meu ser já quantizado,
atrairia ao núcleo o amor sem gozo
talvez num sentimento inexplicado
como um quântico enigma sigiloso.
O amor é a energia em movimento,
quiçá superfluidez do pensamento
no inconsciente atávico ou maldito.
E, na quantização dos semoventes,
a presunção desdiz os conviventes
aos quais o amor divino é infinito!
Afonso
Estebanez
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