segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

SONETO DA MEDITAÇÃO


Pode ser que amanhã eu amanheça
às margens da enseada de teu leito,
que meu amor de pronto reconheça
os carrilhões de sinos no meu peito.

Pode ser que já noite eu remanesça
da entranha de um estigma desfeito
tal que me seja dado que adormeça
ao lado de teu sonho onde me deito.

Então eu meditando sobre a estrada
que a nós uniu no fim da caminhada
eu cri que aquele enlace era destino.

Sofreste a dor do adeus naquele cais
e o que assomou das eras medievais
é a redenção do amor em desatino...

Afonso Estebanez

Nenhum comentário: