OS RIOS CORRIAM CALMOS
Além de sete colinas
setenta léguas além
ainda há risos na casa
e lá não mora ninguém...
Ouviam-se pés macios
deslizando no assoalho
leves folhas se roçando
cristalizadas de orvalho.
Minha mãe punha o café
com odor de flor selvagem
– seiva da lenha no fogo –
no cheiro doce da aragem.
Meu pai montava a cavalo
cintava o relho e partia
galopando pelos campos
como quem raiava o dia.
Parecia que seu canto
ditava o rumo do vento
e que as curvas do caminho
seguiam seu pensamento.
Era um domador de nuvens
nos umbrais das atalaias
um barqueiro de colinas
em verdes mares sem praias.
E os rios passavam lentos
em minhas tardes amenas
levando meus dias calmos
em suas águas serenas...
Afonso Estebanez
(Poema dedicado a meu pai Manoel Stael)
setenta léguas além
ainda há risos na casa
e lá não mora ninguém...
Ouviam-se pés macios
deslizando no assoalho
leves folhas se roçando
cristalizadas de orvalho.
Minha mãe punha o café
com odor de flor selvagem
– seiva da lenha no fogo –
no cheiro doce da aragem.
Meu pai montava a cavalo
cintava o relho e partia
galopando pelos campos
como quem raiava o dia.
Parecia que seu canto
ditava o rumo do vento
e que as curvas do caminho
seguiam seu pensamento.
Era um domador de nuvens
nos umbrais das atalaias
um barqueiro de colinas
em verdes mares sem praias.
E os rios passavam lentos
em minhas tardes amenas
levando meus dias calmos
em suas águas serenas...
Afonso Estebanez
(Poema dedicado a meu pai Manoel Stael)
Um comentário:
Lindíssimos e emocionantes versos poeta Afonso, parabéns.
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