sábado, 15 de abril de 2017

ENTRE ROSAS E ESPINHOS


Eu levo a vida como o caminheiro
que afasta pedra bruta do caminho
e como o faz meu velho jardineiro
que isola a rosa íntima do espinho.


Entre rosas e espinhos ‘stou soeiro
de doer imune como eu passarinho
festejando entre o céu e o cativeiro
o reingresso dos pássaros ao ninho.


Eu levo a vida como as corredeiras
polindo pedra ao canto das ribeiras
banhando-me de mágoas sem doer.


Entre rosas e espinhos vou vivendo
tal como amei, vivi, e fui morrendo
sem me iludir do quanto vou viver.


Afonso Estebanez

Nenhum comentário: